O código é um conjunto de símbolos que serve para transmitir uma mensagem. Pode ser linguagem oral, escrita, gestual ou pictórica.
Da codificação enviada pelo receptor resulta a mensagem, pode ser verbal (oral ao escrita), ou não verbal (imagens, outros sinais).
O receptor é aquele que recebe a informação e que descodifica a mensagem.
A descodificação corresponde aos processos de interpretação da mensagem por parte do receptor.
Mas nem toda a comunicação, obviamente, é verbal: há comunicação gestual, sonora, pictórica, entre outros.
Na comunicação verbal utilizamos vários tipos de discurso. Vamos estudar agora um desses tipos de discurso: a argumentação.
Mas o que é um argumento?
Um argumento é um conjunto de proposições em que se pretende que uma delas (a conclusão) seja sustentada ou defendida por outra ou outras (premissas).
Podemos dizer isto de outra maneira: um argumento é um conjunto de proposições em que alguém tenta convencer outra pessoa ou outras pessoas de uma ideia (por exemplo, a ideia central de que “a fotografia é a mais interessante das artes “). Esta ideia central chama-se, por vezes, de tese.
Exemplos de argumentos :
O melhor treinador do mundo é aquele que 1) ganhou pelo menos 2 dos 3 últimos campeonatos e 2) ganhou a maior indemnização da história do futebol, como treinador, até Setembro de 2007. (1ª premissa)
José Mourinho, apenas e apenas ele, satisfaz as condições expostas em 1 e 2. (2ªpremissa)
Logo, José Mourinho é o melhor treinador do mundo (conclusão).
Proposição
Uma proposição é o pensamento literalmente expresso numa frase declarativa.
Uma proposição pode ser expressa de diferentes modos. Por exemplo “Lisboa é a capital de Portugal” e “Lisbon is Portugal´s capital”, são duas frases declarativas que exprimem a mesma proposição.
Também uma frase declarativa pode exprimir, proposições diferentes. Por exemplo a frase declarativa “o banco é bonito” pode exprimir proposições distintas: a proposição de que o banco do jardim é bonito ou a proposição de que há uma instituição financeira que alguém considera bonita.
As proposições como são pensamentos que literalmente se referem a “coisas”, podem ser verdadeiros ou falsos. Assim, as proposições podem ter valor de verdade.
Valor de verdade de uma proposição é a verdade ou a falsidade dessa proposição.
As seguintes proposições expressas em frases declarativas tem valor de verdade:
Michael Jordon foi jogador da NBA.
Michael Jordon não foi jogador da NBA.
Há extraterrestres inteligentes.
Deus existe.
A Terra gira em volta do Sol.
A Sol gira em volta da Terra.
Nem todas as frases exprimem proposições.
Frases como as exclamativas, promessas, imperativas, interrogativas, etc. Não exprimem proposições pois não podem ser verdadeiras ou falsas.
Exemplo:
Será que Deus existe?
Ai que me roubaram o namorado!
Prometo devolver-te o telemóvel amanhã.
Cala-te!
A verdade é uma propriedade que pode ser atribuída a proposições, mas nunca a argumentos. Dito de outro modo: A verdade ou falsidade é atribuível a proposições e só a proposições.
A validade é apenas atribuível a argumentos. Há assim argumentos válidos e argumentos inválidos.
A lógica estuda a argumentação. A argumentação é uma sequência de argumentos.
É importante estudar a lógica porque esta disciplina nos permite:
1. Distinguir os argumentos válidos dos inválidos.
2. Saber por que razão ou razões uns são válidos e outros inválidos.
3. Evitar e eliminar erros a nível do nosso raciocínio.
Argumentos: dedutivos e não dedutivos
1- Dedutivos- cuja a validade é exclusivamente formal.
Exemplos:
Se toda a vida é sagrada, logo arrancar alfaces do solo é errado.(1º premissa)
Mas nem toda a vida é sagrada.(2ºpremissa)
Logo,não é errado arrancar alfaces do solo.(conclusão)
2- Não dedutivos - Cuja validade não depende exclusivamente da forma lógica.
A validade não dedutiva é assim definível se um argumento não tiver sólido,então suas premissas serem verdadeiras é improvável, mas não impossível que a sua conclusão seja falsa.
Definição de validade dedutiva: Um argumento é válido dedutivamente quando é impossível as suas premissas serem verdadeiras e a sua conclusão falsa.
Exemplo:
“Se Sofia é casada, logo não é solteira” este é um argumento semântico, porque é impossível, se for válido, a premissa ser verdadeira e a conclusão falsa porém a sua validade não depende da forma lógica, ao seja, da estrutura do argumento, mas sim do sentido do significado, daquilo que é afirmado na premissa.
Argumentos válidos,sólidos e cogentes
Um argumento sólido é aquele em que é impossível ou improvável haver premissas verdadeiras e conclusão falsa.
Exemplos de argumentos sólido:
Se é arte então tem valor.(1ºpremissa)
É arte.(2ºpremissa)
Logo, tem valor.(conclusão)
Nem tudo o que os artistas fazem é belo.(1ºpremissa)
Tudo o que os artistas fazem é arte.(2ºpremissa)
Logo,nem toda a arte é bela.(conclusão)
Se é boa fotografia, então é arte.(1ºpremissa)
Se é arte, então tem valor.(2ºpremissa)
Logo, se é boa fotografia tem valor.(conclusão)
Critica ao argumento apresentado
A primeira premissa é falsa pois nem toda a boa fotografia é arte.
Há boas fotografias, por exemplo, fotografias de fotojornalismo que são boas e não são arte.
A fotografia pode desempenhar um outro papel que não o de ser objecto de arte; logo, o argumento apesar de ser válido não é sólido porque pelo menos a 1ª premissa não é verdadeira.
Ora, se o argumento não é sólido nunca pode ser cogente ou bom, pois um argumento cogente ou bom tem que obedecer as seguintes condições:
1) Ser válido;
2) Ser sólido;
3) Ter as premissas mais plausíveis ou evidentes que a conclusão.
O seguinte argumento é simultaneamente válido e sólido mas não é cogente:
Todos os homens são mortais.(1ºpremissa)
Mam Ray é homem.(2ºpremissa)
Logo Mam Ray é mortal.(conclusão)
O argumento é válido porque é impossivel, dada a sua estrutura lógica, as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa. E também é claramente um argumento sólido pois as premissas são verdadeiras.Porém, não é um argumento cogente porque a primeira premissa não é mais plusível que a conclusão. Com efeito, é mais evidente que Ham Ray tenha realmente morrido do que constactar isso em relação aos todos os membros da especie humana que existiram, existem e existiram.
Logo, este argumento apesar de ser convincente em vigor não é para um auditório especializado, ou seja, para alguém que domina razoavelmente bem as regras da boa argumentação, de onde o argumento apresentado não é cogente ou bom.
Há argumentos que parecem bons no entanto são falaciosos, isto é enganadores.
Um falácia é um argumento que parece cogente mas não o é.
Exemplo:
Se é uma fotografia genial então tem muito valor.(1ºpremissa)
Ora, tem muito valor.(2ºpremissa)
Logo, é uma fotografia genial.(conclusão)
Se o João sai de casa, então vai ao cinema.(1ºpremissa)
Vai ao cinema.(2ºpremissa)
Logo, saiu de casa.(conclusão)
Como se observa neste argumento a sua estrutura não nos garante que se as premissas forem verdadeiras a conclusão tambem o fosse. Pois o João tem ido ao cinema no sentido de ter visto o cinema mas não ter saído de casa. Por exemplo:pode ter visto o cinema no sistema em casa.
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